Inovação Verde: tecnologias limpas aplicadas à indústria química
Autora: Luna França
Quando pensamos em futuro e tecnologia, é comum imaginar aquelas cenas de filme: carro voador, robô servindo comida, casa que faz tudo sozinha. Esse “futuro dos desenhos animados” ainda pode demorar um pouco, porém ele já está acontecendo e muitas vezes nem percebemos.
No caso da inovação verde, as mudanças acontecem principalmente dentro do processo produtivo, mudando a forma de produzir para causar menos impacto no meio ambiente, mas garantindo que o produto chegue ao consumidor praticamente igual ao original.
Entretanto, nem sempre a produção foi pensada com consciência ambiental. Nas primeiras revoluções industriais, acreditava-se que os recursos naturais eram inesgotáveis e que poderíamos explorar tudo sem preocupação.
A partir do século XX, porém, o mundo começou a perceber que esse ritmo de produção desenfreada poderia trazer consequências sérias para o planeta. A partir disso, países passaram a discutir formas mais responsáveis de produzir, surgiram conferências internacionais sobre meio ambiente e organizações globais começaram a incentivar mudanças. Esse movimento impulsionou investimentos em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir impactos e tornar a produção mais sustentável.
Dessa forma, é fundamental que a indústria química siga esse pensamento, já que desempenha um papel essencial no nosso dia a dia. Muitas vezes, ao ouvir a palavra “química”, pensamos em algo distante, porém ela está presente em quase tudo ao nosso redor. Dos diversos bens de consumo como produtos de limpeza e combustíveis até ao fornecimento de insumos utilizados na produção de outros produtos. Ao mesmo tempo em que é indispensável para o desenvolvimento econômico e para o bem-estar da sociedade, essa indústria também depende intensamente de recursos naturais e gera resíduos. Por isso, faz-se necessário que a engenharia desenvolva soluções inovadoras capazes de tornar esses processos menos agressivos ao meio ambiente.
Para entender melhor como isso acontece na prática, podemos observar a mudança das matérias-primas ou o tratamento de resíduos, garantindo responsabilidade em todas as etapas do processo produtivo.
- Matéria prima: Polietileno Verde
O polietileno é um dos plásticos mais utilizados no nosso cotidiano, presente em sacolas, embalagens e diversos objetos do dia a dia. Tradicionalmente, ele é produzido a partir do petróleo, um recurso não renovável que precisa passar por processos industriais, como o craqueamento, que exigem muita energia e liberam poluentes para a atmosfera. Outro problema é que, devido ao seu grande consumo, uma enorme quantidade de polietileno é descartada de forma inadequada, alcançando ecossistemas naturais.
Diante desse cenário, uma alternativa mais sustentável é o polietileno verde, desenvolvido no Brasil pela Braskem. Diferente do plástico convencional, esse é produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, uma fonte renovável. Esse processo permite a captura de dióxido de carbono durante o cultivo da planta, resultando em uma pegada de carbono positiva para o meio ambiente. Assim, o polietileno verde mantém as mesmas propriedades e aplicações do plástico tradicional, mas com menor impacto ambiental e maior alinhamento às práticas sustentáveis.
2. Processamento de resíduos: Pirólise de plástico
O plástico é um material amplamente utilizado, mas seu elevado consumo e o descarte incorreto constituem um grave problema ambiental, favorecendo o acúmulo de resíduos e a poluição de ecossistemas.
Nesse contexto, a pirólise de resíduos plásticos surge como uma alternativa inovadora dentro do campo da reciclagem química. Esse processo termoquímico consiste no aquecimento do plástico a temperaturas elevadas em um ambiente sem presença de oxigênio.
Durante a pirólise, as longas cadeias poliméricas do plástico são quebradas, dando origem a moléculas menores, originando principalmente hidrocarbonetos líquidos e gases combustíveis. O óleo resultante pode ser purificado e utilizado como matéria-prima para a fabricação de novos plásticos ou ainda como fonte de energia.
Dessa forma, é possível perceber que vêm sendo desenvolvidas soluções cada vez mais eficientes para a redução de impactos ambientais. Tais iniciativas reforçam a importância da inovação verde, promovendo uma indústria mais sustentável e comprometida com o futuro do planeta. Quer tornar seus processos mais eficientes, assim como fazem as inovações sustentáveis? A Prisma pode te ajudar a conhecer mais sobre nossos serviços.
Referências:
SUSTAINABLE DEVELOPMENT COMMISSION. History of Sustainable Development. [S. l.], [20–]. Disponível em: https://www.sd-commission.org.uk/pages/history_sd.html.
IDESG – INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E GOVERNANÇA. Inovação verde: o que é, por que é importante e quais são as empresas que estão se destacando nessa área. 2023. Disponível em: https://idesg.org.br/2023/10/04/inovacao-verde-o-que-e-por-que-e-importante-e-quais-sao-as-empresas-que-estao-se-destacando-nessa-area/.
FAGUNDES, M. E. Avaliação da sustentabilidade ambiental da produção de embalagens plásticas de polietileno. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/35204/000792993.pdf.
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MENEZES, L. F. Estudo da reciclagem de materiais poliméricos para aplicações sustentáveis. Sant
a Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/17991.
