Tecnologias avançadas de captura e armazenamento de carbono-CCS
Autora: Brenda Carvalho
Estabelecido pelo Acordo de Paris em 2015, as emissões de gases do efeito estufa devem ser reduzidas em até 37% (de 2005), sendo vital para combater as mudanças climáticas, o 13° objetivo da lista das ODS: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, apresentadas em outro artigo de nosso site, Prisma Jr.
Nesse processo, a Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) é fundamental, pois atua diretamente na redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes de fontes industriais e de usinas de energia. Em vista disso, existem tecnologias avançadas desenvolvidas para aperfeiçoar e desvárias técnicas de captura de carbono, incluindo a captura pós-combustão, pré-combustão e de oxigênio-carbono (OCO).
Na captura pós-combustão, o CO2 é removido dos gases de escape após a queima de combustíveis fósseis. Uma tecnologia avançada nesta área é o uso de solventes especiais que são mais eficientes na absorção de CO2, como por exemplo o processo de captura de amina. Já na Pré-Combustão, geralmente, converte-se o combustível em uma mistura de hidrogênio e CO2 e o carbono é removido antes da combustão. O hidrogênio é então usado como combustível, enquanto o CO2 é capturado. Nesse processo pode-se utilizar um gaseificador integrado com captura de CO2 (IGCC), que produz uma corrente de gás com alto teor de CO2, facilitando sua captura.
Por último, na OCO, o ar é separado em oxigênio e nitrogênio, resultando em uma corrente de CO2 puro após a combustão. Uma tecnologia emergente utilizada é a Eletrólise de Alta Temperatura com Células de Óxido Sólido (SOEC), que utiliza eletricidade renovável para produzir oxigênio e hidrogênio, permitindo a captura de CO2 sem diluição por outros gases.
Uma vez capturado, o CO2 precisa ser armazenado de forma segura, isso geralmente é feito injetando-o em formações geológicas profundas, como as encontradas em reservatórios de petróleo e gás esgotados. Com o avanço, é possível realizar a monitorização geofísica para garantir a integridade do armazenamento e prevenir vazamentos. Também existem estudos em andamento sobre a possibilidade de injetar CO2 em formações geológicas submarinas, porém, há problemas técnicos e ambientais que ainda precisam ser resolvidos.
Um exemplo notável de projeto CCS são os sistemas de Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS), tecnologia que usa energia proveniente de recursos renováveis – como a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar – para captura do dióxido de carbono gerado no processo, que é tratado e depois armazenado por injeção em uma formação geológica. Nesse cenário, o Brasil é um dos países com maior potencial para se estabelecer, devido à disponibilidade de recursos, como a biomassa da cana.
Dessa forma fica claro o potencial das tecnologias avançadas de CCS para mitigar as emissões de CO2 e desempenhar um papel crucial na transição para uma economia de baixo carbono, embora ainda existam desafios a serem superados, como os custos elevados, questões de transporte e etc. No entanto, com o aumento do foco na descarbonização e na transição para fontes de energia mais limpas, espera-se que o desenvolvimento e a implantação dessas tecnologias avancem cada vez mais. Assim, poderemos ter a certeza de um futuro energético mais limpo e renovável. Deseja aprender mais sobre conteúdos como esse? Acesse nosso blog!