O que é a química verde?

 em Ambiental

Autor: Roger Gomes

Escassez dos recursos naturais, poluição do meio ambiente, crise energética. Tópicos amplamente debatidos desde o século passado, e que ainda hoje recebem destaques nos holofotes da mídia internacional. Neste sentido, existe um conceito muito importante, preocupado em lidar com tais problemas, a Química Verde.

 

Figura 01: Química Verde.

quimica

 

Química Verde, também chamada Química Sustentável ou Química Limpa, se refere a um conjunto de estratégias, dentro do ramo da Química, que visam minimizar os impactos do ramo ao meio ambiente, principalmente através da redução na emissão de poluentes. O conceito surgiu pela primeira vez em 1991, pelos químicos Paul T. Anastas e John C. Warner, membros da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, e foi incorporado pela IUPAC em 1993.

 

 Divergindo das políticas até então trabalhadas, que visavam o tratamento do resíduo como principal forma de mitigar os impactos ambientais, o principal objetivo da Química Verde está em desenvolver e executar caminhos para que processos químicos, e os produtos necessários para tais processos, utilizem e gerem a menor quantidade possível de substâncias nocivas à saúde humana ou ao ambiente. Além disso, existe a preocupação de que a matéria-prima seja de origem renovável ou reciclável, e que o custo energético do processo seja o mais eficiente quanto possível, ou seja, demandar menos energia para gerar mais produto. Para além de benéfico ao meio ambiente, as políticas da Química Verde também acrescem economicamente, diminuindo os recursos gastos em armazenamento e tratamento dos resíduos, e minimizando os custos de descontaminação e das indenizações.

 

As principais instituições e autores do assunto costumam trabalhar a Química Verde segundo 12 princípios norteadores, elencando os pontos fundamentais que devem ser seguidos para que determinada indústria ou instituição de pesquisa/ensino possam implementá-la corretamente. Sendo eles:

 

1- Prevenção: Evitar a produção do resíduo é mais vantajoso que tratá-lo ou limpá-lo. 

2- Economia de Átomos: Maximizar a incorporação de todos os materiais utilizados no produto final.

3- Síntese de Produtos Menos Perigosos: Sempre que possível, utilizar e gerar substâncias que possuam pouca ou nenhuma toxicidade à saúde humana ou ao ambiente.

4- Desenho de Produtos Seguros: Desenvolver produtos químicos que realizem a função desejada, e ao mesmo que sejam pouco tóxicos. 

5- Solventes e Auxiliares Mais Seguros:  Evitar ao máximo o uso de substâncias auxiliares, e caso preciso, devem ser inócuas. 

6- Busca pela Eficiência de Energia: Conduzir os processos químicos em temperatura e pressão que reduzam a quantidade de energia gasta. 

7- Uso de Matérias-Primas de Fontes Renováveis: Prezar pelo uso de matéria-prima renovável. 

8- Evitar a formação de derivados: Etapas que requerem reagentes adicionais devem ser evitadas ou minimizadas. 

9- Catálise: Priorizar uso de reagentes catalíticos.

10- Desenho Para a Degradação: Após utilizados, os produtos químicos devem se fragmentar em produtos de degradação inócua. 

11- Análise em Tempo Real Para a Prevenção da Poluição: Desenvolver metodologias que possibilitem o monitoramento e controle dos processos químicos.

12- Química Intrinsecamente Segura Para  a Prevenção de Acidentes:  As substâncias utilizadas devem ser escolhidas a fim de minimizar a chance de ocorrência de acidentes químicos.

 

A Química Verde está presente nos mais diversos setores, e as empresas que assumem o compromisso com a sustentabilidade garantem inúmeros benefícios. Tem interesse em regularizar e impulsionar seu empreendimento com soluções ambientais? A Prisma pode te ajudar nisso. Entre em contato conosco, e conte com nossos mais de  20 anos de experiência.  

 

Confira também nossos artigos sobre as Principais fontes de energia alternativa para a indústria e sobre os Desafios do hidrogênio verde.

 

Referências:

 

PRADO, Alexandre G.S. Química Verde, Os Desafios Da Química Do Novo Milênio. Química Nova, Vol. 26, No. 5, p. 738-744. 2003. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/qn/a/Lr7DQT8pwNDfDPYJ53DwH6J/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em 15/11/2022.

 

LENARDÃO, Eder J.; FREITAG, Rogério A.; DABDOUB, Miguel J.; BATISTA, Antônio C.F.; SILVEIRA, Claudio da C.S.“Green Chemistry” – Os 12 Princípios Da Química Verde E Sua Inserção Nas Atividades De Ensino E Pesquisa.   Química Nova, Vol. 26, No. 1, p. 123-129 .2003 . Disponível em: <https://www.scielo.br/j/qn/a/XQTWJnBbnJWtBCbYsKqRwsy/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em 18/11/2022.

Oliveira, Marcos de. Reações verdes. Pesquisa FAPESP. 2017. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/wp-content/uploads/2017/10/072-075_quimica-verde_260.pdf>. Acesso em 18/11/2022

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