Processo químico de extração de óleo vegetal
Autor: Paulo Correia
Óleos vegetais. Esses que são essenciais para diversas áreas, como na indústria alimentícia, farmacêutica, de cosméticos e de biocombustíveis, é um produto constituído de gorduras das plantas e apesar de outras partes, como raízes, galhos e folhas, poderem ser utilizadas na obtenção de óleo vegetal, a extração se dá quase que exclusivamente a partir de alguma semente oleaginosa. Tal produto é frequentemente estudado e descobrir formas mais eficientes de produzi-lo é o objetivo de diversos cientistas ao redor do mundo.
Depois de diversas pesquisas, três métodos foram desenvolvidos e são utilizados de maneira mais recorrente na atualidade, sendo eles: prensagem mecânica em prensa hidráulica, prensagem mecânica em prensa contínua (expeller) e a extração com solventes orgânicos (Gaonkar; Rosentrater, 2019).
Nessa mesma linha de raciocínio, é evidente que pelo grande número de estudos outros processos surgiram, mas muitos deles apresentam alguns empecilhos que dificultam a sua adesão. Um exemplo desse fato é a extração por fluido supercrítico, principalmente com a utilização de CO2, é um ótimo método, mas por conta dos altos custos dos equipamentos, está restrita a óleos de alto valor agregado e não é aplicada para commodities.
Após essa breve contextualização, vamos detalhar cada um dos métodos principais. Inicialmente, temos a extração mecânica por prensagem, a qual é frequentemente utilizada na indústria alimentícia. Tal modelo é uma operação unitária de separação líquido-sólido por meio de forças de compressão, com o intuito de elevar o rendimento, é necessário o uso de procedimentos de despolpamento, diminuição de tamanho e aquecimento antes da extração.
Figura 1. Exemplos de prensas para extração mecânica de óleo.
Esse método pode ser realizado de duas maneiras, inicialmente temos o que foi intitulado como prensagem hidráulica, é o método de extração mais antigo, baseado em um modo de operação em que o sistema é operado de maneira descontínua, em regime transiente ou estado não estacionário, também conhecido como processo batelada. Nesse sistema, um pistão hidraulicamente acionado, comprime o material, e o óleo é extraído.
Além desse sistema, com o passar do tempo, outro processo surgiu e acabou substituindo gradativamente o mais antigo pela prensa contínua do tipo expeller (Gaonkar; Rosentrater, 2019). Nesse caso, a alimentação da máquina acontece de maneira contínua e não é necessário parar a produção, o que representa uma grande vantagem em relação à extração por solvente orgânico, entretanto mesmo que a prensagem seja mais simples, rápida e adaptável a diversos tipos de oleaginosas, ela não é muito eficiente, deixando cerca de 8% a 14% de óleo.
Por causa dessa problemática, para oleaginosas com alto teor de óleo, utiliza-se um processo de dois estágios de extração, iniciando com a prensagem e, a seguir, a extração por solvente (Rosenthal et al., 1996). Tal extração, se fundamenta em um sistema contracorrente de um solvente orgânico, principalmente o hexano – o qual é utilizado para produção do óleo de soja, por exemplo.
Entretanto, por mais que esse processo tenha se mostrado mais eficiente, o solvente é inflamável e tóxico, o que requer equipamentos e práticas de segurança bastante criteriosos (Boss, 2000; Mpagalile et al., 2006). Além disso, em algumas fases da produção, altas temperaturas são usadas e podem causar efeitos indesejados na qualidade do produto, como desnaturação de proteínas nas tortas/farelos residuais, reduzindo seus respectivos valores econômicos e nutricionais.
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Referências:
https://www.ecycle.com.br/extracao-de-oleos-vegetais/
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1142245/1/DOC-43-SEG-.pdf